Um dia vagando pelo Facebook me deparei com a seguinte premissa: “Dizer tudo o que pensa sem se preocupar em magoar as outras pessoas, não é sinceridade, é maldade aliada a falta de educação. Ser sincero é dizer o que pensa e sente, sem deixar de lado o respeito pelos sentimentos alheios.”
Refletindo sobre ela, acredito que, mesmo assim, muitos ainda prefiram uma sinceridade rasgada do que o cuidado nas palavras que dizem e nas coisas que pensam. Para os que não se colocam no lugar do outro, a sinceridade pode se transformar em ofensa e isso não é coisa de gente transparente, mas sim de gente descontrolada que não sabe lidar com as próprias emoções. Vamos deixar claro aqui que o nosso objetivo é sermos melhores para os outros e para nós mesmos.
Para mim, ser sincero e verdadeiro é uma qualidade, e devemos saber como atingir isso. Vejo que é importante identificar a verdade e saber como usá-la, pois muitas vezes ela pode trazer dores e tristezas. Afinal, nós queremos ser apenas transmissores de informação ou queremos ser instrumentos de transformação na vida do próximo? Acho que vale muito mais ser o segundo.
Ser sincero é priorizar a verdade, independente de qualquer coisa. Para isso devemos ser verdadeiros com as pessoas, com as situações e principalmente conosco. Devemos conseguir identificar verdades e basear nossas decisões e atitudes a partir delas. Mas, é claro que o primeiro passo é não assumir o papel de dono da verdade, senão teremos que filosofar aqui sobre o que é “VERDADE”, e não é esse o nosso objetivo. Todos temos muito para aprender, portanto, antes de colocar a tocha da verdade à nossa frente, vamos buscar conhecer cada situação. A nossa sinceridade é consequência da verdade em que nos baseamos, logo o outro ser humano pode enxergar a vida de outra forma e viver uma outra verdade. O fato é que, embora percorramos caminhos diferentes, iremos chegar em um mesmo lugar. A diferença está no que vamos levar dessa vida e no que vamos deixar dessa vida. O caminho escolhido tem tudo a ver com isso.
Jesus disse que a verdade nos libertaria e essa liberdade certamente é conseguida através do caminho do bem. Chico Xavier certa vez declarou que a verdade deveria ser usada de forma cuidadosa, para que ela não fosse motivo de tristezas para o nosso próximo. Independente de crenças, quando se fala da verdade, é fundamental também lembrar que ela deve ter como propósito o bem do outro. Portanto, se a verdade que pretende defender causar dores, evite ao máximo que essas dores sejam prejudiciais. A dor nem sempre é ruim e quando a verdade a trouxer, faça com que ela seja restauradora, elucidativa e, principalmente, leve ao outro a verdade. Procure a melhor forma de falar e seja discreto. Com certeza a pessoa identificará em você o cuidado e a intenção de ajudar, mesmo que a verdade apresentada por você seja difícil de conhecer.
Devemos ter a humildade de impedir que a verdade seja usada para abusos e ações que prejudiquem o ser humano. Tratada por Jesus como condição de libertação, a verdade jamais poderá ser motivo de discórdia, inimizades e dissoluções. Portanto, se pretende ser uma pessoa verdadeira, cultive a humildade dentro de si e retire de seu coração raivas, mágoas e as ervas daninhas que porventura se instalem. São essas ervas que fazem da verdade um fruto mal, uma arma na mão de quem quer espalhar discórdia. Seja humilde e a verdade será uma benção em suas mãos. Se afastar de quem te faz mal e esquecer, aprender a perdoar, entender que toda história tem mais de um lado, ser compreensivo com a trajetória de cada um, buscar diálogos pacíficos e respeitosos para eliminar atritos, são remédios que ajudam a suportar dores e enxergar a verdade com respeito mútuo. Enfim, o trabalho interno é bem mais importante e eficaz que o trabalho externo. Seja sincero e use a verdade para transformar e salvar vidas!
No final, eu concordo com a premissa de que devemos ser sinceros e dizer o que pensamos e sentimos, mas sem deixar de lado o RESPEITO pelos sentimentos alheios. Respeito é a palavra que faz a diferença em tudo!